Beth Castro Taróloga
A necessidade de se criar esse blog foi pela imensa vontade de estar sempre expondo os pensamentos que expresso na escrita.
sábado, 3 de junho de 2017
Muitas Coisas
MUITAS COISAS
"Coisa é isto, coisa é aquilo, a palavra virou Bombril da Língua
Pátria por ter mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a
gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma ideia. Coisas do
português.
Gramaticalmente, coisa pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma coisificar. E no Nordeste há coisar: "Ô seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?".
Coisar, em Portugal, equivale ao ato sexual, lembra Josué Machado. Já as coisas nordestinas são sinônimas dos órgãos genitais, registra o Aurélio. "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego). Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha...
Em Olinda, o bloco carnavalesco ‘Segura a Coisa’ tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com muito cuidado / Que eu chego já." E, como em Olinda sempre há bloco mirim equivalente ao de gente grande, há também o Segura a Coisinha. [Incentivando crianças ao uso de baseado?!]
Na literatura, a coisa é coisa antiga. Antiga, mas modernista: Oswald de Andrade escreveu a crônica ‘O Coisa’, em 1943.
‘A Coisa’ é título de romance de Stephen King.
Simone de Beauvoir escreveu A Força das Coisas, e Michel Foucault, As Palavras e as Coisas.’
Em Minas Gerais, incluindo – claro - a vetusta Itapecerica, todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que aqui é chamado de ‘a coisa’. A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa!".
Devido lugar: "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)". A garota de Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro.
"Mas se ela voltar, se ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca." Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas.
Sampa também tem dessas coisas (coisa de louco!), seja quando canta "Alguma coisa acontece no meu coração", de Caetano Veloso, ou quando vê o Show de Calouros, do Silvio Santos (que é coisa nossa).
Em 1997, a NASA lançou a "Missão Mars Pathfinder", enviando um robô para explorar Marte. O mecanismo foi programado para ser acionado a partir do som de uma música e a escolhida foi um samba de Jorge Aragão/Almir Guineto/Luis Carlos da Vila. Assim, o robô da Nasa, foi "acordado" com a música:
Gramaticalmente, coisa pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma coisificar. E no Nordeste há coisar: "Ô seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?".
Coisar, em Portugal, equivale ao ato sexual, lembra Josué Machado. Já as coisas nordestinas são sinônimas dos órgãos genitais, registra o Aurélio. "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego). Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha...
Em Olinda, o bloco carnavalesco ‘Segura a Coisa’ tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com muito cuidado / Que eu chego já." E, como em Olinda sempre há bloco mirim equivalente ao de gente grande, há também o Segura a Coisinha. [Incentivando crianças ao uso de baseado?!]
Na literatura, a coisa é coisa antiga. Antiga, mas modernista: Oswald de Andrade escreveu a crônica ‘O Coisa’, em 1943.
‘A Coisa’ é título de romance de Stephen King.
Simone de Beauvoir escreveu A Força das Coisas, e Michel Foucault, As Palavras e as Coisas.’
Em Minas Gerais, incluindo – claro - a vetusta Itapecerica, todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que aqui é chamado de ‘a coisa’. A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa!".
Devido lugar: "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)". A garota de Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro.
"Mas se ela voltar, se ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca." Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas.
Sampa também tem dessas coisas (coisa de louco!), seja quando canta "Alguma coisa acontece no meu coração", de Caetano Veloso, ou quando vê o Show de Calouros, do Silvio Santos (que é coisa nossa).
Em 1997, a NASA lançou a "Missão Mars Pathfinder", enviando um robô para explorar Marte. O mecanismo foi programado para ser acionado a partir do som de uma música e a escolhida foi um samba de Jorge Aragão/Almir Guineto/Luis Carlos da Vila. Assim, o robô da Nasa, foi "acordado" com a música:
"Ô coisinha tão bonitinha do pai...". Lembram?
Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. Coisa-ruim é
o capeta. Coisa boa é a Juliana Paes. Nunca vi coisa assim!
Coisa de cinema! "A Coisa" virou nome de filme de Hollywood, que tinha o "seu Coisa" no recente Quarteto Fantástico. Extraído dos quadrinhos, na TV o personagem ganhou também desenho animado, nos anos 70. E no programa Casseta e Planeta, Urgente!, Marcelo Madureira faz o personagem "Coisinha de Jesus".
Coisa também não tem tamanho. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma" vira "coisíssima". Mas a "coisa" tem história na MPB. No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré: "Prepare seu coração / Pras coisas que eu vou contar", e A Banda, de Chico Buarque: "Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor". Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava nem aí com as coisas: "Coisa linda / Coisa que eu adoro".
Coisa de cinema! "A Coisa" virou nome de filme de Hollywood, que tinha o "seu Coisa" no recente Quarteto Fantástico. Extraído dos quadrinhos, na TV o personagem ganhou também desenho animado, nos anos 70. E no programa Casseta e Planeta, Urgente!, Marcelo Madureira faz o personagem "Coisinha de Jesus".
Coisa também não tem tamanho. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma" vira "coisíssima". Mas a "coisa" tem história na MPB. No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré: "Prepare seu coração / Pras coisas que eu vou contar", e A Banda, de Chico Buarque: "Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor". Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava nem aí com as coisas: "Coisa linda / Coisa que eu adoro".
Cheio das coisas. As mesmas coisas, Coisa bonita, Coisas do
coração, Coisas que não se esquece, Diga-me coisas bonitas, Tem coisas que a
gente não tira do coração. Todas essas coisas são títulos de canções
interpretadas por Roberto Carlos, o "rei" das coisas. Como ele, uma
geração da MPB era preocupada com as coisas.
Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade afinal, "são tantas coisinhas miúdas".
"Todas as Coisas e Eu" é título de CD de Gal. "Esse papo já tá qualquer coisa...Já qualquer coisa doida dentro mexe." Essa coisa doida é uma citação da música "Qualquer Coisa", de Caetano, que canta também: "Alguma coisa está fora da ordem."
Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar. Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal.
O cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques. O cheio das coisas, por sua vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa.
Para o pobre, a coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá pra coisa nenhuma.
A coisa pública não funciona no Brasil. Desde os tempos de Cabral. Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura. Quando se elege, o eleitor pensa: "Agora a coisa vai." Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa é falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas coisas!
Se você aceita qualquer coisa, logo se torna um coisa qualquer, um coisa-à-toa. Numa crítica feroz a esse estado de coisas, no poema "Eu, Etiqueta", Drummond radicaliza: "Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente." E, no verso do poeta, "coisa" vira "cousa".
Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para serem usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas?
Bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são coisas. Há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e outras cositas más.
Mas, "deixemos de coisa, cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida", cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda.
Por isso, faça a coisa certa e não esqueça o grande mandamento":
Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade afinal, "são tantas coisinhas miúdas".
"Todas as Coisas e Eu" é título de CD de Gal. "Esse papo já tá qualquer coisa...Já qualquer coisa doida dentro mexe." Essa coisa doida é uma citação da música "Qualquer Coisa", de Caetano, que canta também: "Alguma coisa está fora da ordem."
Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar. Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal.
O cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques. O cheio das coisas, por sua vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa.
Para o pobre, a coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá pra coisa nenhuma.
A coisa pública não funciona no Brasil. Desde os tempos de Cabral. Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura. Quando se elege, o eleitor pensa: "Agora a coisa vai." Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa é falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas coisas!
Se você aceita qualquer coisa, logo se torna um coisa qualquer, um coisa-à-toa. Numa crítica feroz a esse estado de coisas, no poema "Eu, Etiqueta", Drummond radicaliza: "Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente." E, no verso do poeta, "coisa" vira "cousa".
Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para serem usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas?
Bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são coisas. Há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e outras cositas más.
Mas, "deixemos de coisa, cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida", cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda.
Por isso, faça a coisa certa e não esqueça o grande mandamento":
"AMARÁS A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS".
(Entendeu o espírito da coisa?)
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
O Sal da Terra-BETO GUEDES
Bom dia,
O bom dia de hoje vai pra Beto Guedes. Ouvir a música “O Sal da Terra” na van na ida para o trabalho hoje foi pra lá de bom, o trajeto é longe, quase uma hora de viagem, mas o trânsito flui por não ter paradas como as de ônibus. Venho assim ouvindo e assimilando tanta coisa....essa música tem bem alguns anos e ela continua tão atual, ela é deliciosa de ouvir, ela é um verdadeiro ensinamento para todos nós! Vamos ouvir mais esse hino que com certeza fará cada um refletir mais sobre o cotidiano, sobre o amor à nossa mãe terra, sobre o que viemos fazer nesse planeta terra como missão e o mais preocioso de tudo, cuidar do planeta como do nosso semelhante! A palavra de ordem, AMOR!
O Sal da Terra
Beto Guedes
Anda!
Quero te dizer nenhum segredo
Falo desse chão, da nossa casa
Vem que tá na hora de arrumar
Tempo!
Quero viver mais duzentos anos
Quero não ferir meu semelhante
Nem por isso quero me ferir
Vamos precisar de todo mundo
Pra banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova
Vamos precisar de muito amor
A felicidade mora ao lado
E quem não é tolo pode ver
A paz na Terra, amor
O pé na terra
A paz na Terra, amor
O sal da
Terra!
És o mais bonito dos planetas
Tão te maltratando por dinheiro
Tu que és a nave nossa irmã
Canta!
Leva tua vida em harmonia
E nos alimenta com seus frutos
Tu que és do homem, a maçã
Vamos precisar de todo mundo
Um mais um é sempre mais que dois
Pra melhor juntar as nossas forças
É só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora
Para merecer quem vem depois
Deixa nascer, o amor
Deixa fluir, o amor
Deixa crescer, o amor
Deixa viver, o amor
O sal da terra...
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
quarta-feira, 10 de agosto de 2016
Olhar no espelho!
Uma foto minha bem natural, olhando para o espelho e passando batom!
Uma vez tive um sonho, e desses sonhos que a gente com o passar do tempo não esquece. Sonhei que estava me olhando no espelho e aos poucos minha imagem foi se aproximando e de lá do espelho a imagem que antes parecia que era minha estava se mexendo e começou a conversar comigo. Estranha sensação a princípio como deparamos com uma imagem semelhante a nossa mas que na verdade não é a gente. Fiquei observando e ela falou muitas coisas e a última coisa que foi dita é que ela uma Rainha. Até hoje não sei o que esse sonho significa.
Uma rainha loira conversando comigo através do espelho e em sonho.....guardarei sempre essa lembrança!
domingo, 10 de julho de 2016
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