domingo, 24 de abril de 2011

UMA PÁSCOA MAIS SAUDÁVEL PARA NOSSAS CRIANÇAS!

Cuidado : O ovo de páscoa pode não ser tão doce assim.....


(Ms. Carla Souto Bahilo Neves – Doutoranda em Saúde da Criança e do Adolescente, na Faculdade de Medicina da UFMG -)



A Páscoa é a passagem de Jesus Cristo da morte para a vida: a Ressurreição. A passagem de Deus entre nós e a nossa passagem para Deus. É considerada a festa das festas, a solenidade das solenidades, e não se celebra dignamente senão na alegria. De todos os símbolos, o ovo da páscoa é o mais esperado pelas crianças.

Nas culturas pagãs, o ovo trazia ideia de começo de vida. Os povos costumavam presentear os amigos com ovos, desejando-lhes boa sorte. Os chineses já costumavam distribuir ovos coloridos entre amigos, na primavera, como referência à renovação da vida.

Existem muitas lendas sobre os ovos. A mais conhecida é a dos persas: eles acreditavam que a terra havia caído de um ovo gigante e, por este motivo, os ovos tornaram-se sagrados.

Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Nos países da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e doá-los aos amigos. Em outros, como na Alemanha, o costume era presentear as crianças. Na Armênia, decoravam ovos ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora e outras figuras religiosas.

Pintar ovos com cores da primavera, para celebrar a Páscoa , foi adotado pelos cristãos, no século XVIII. A igreja doava aos fiéis os ovos bentos.

A substituição dos ovos cozidos e pintados por ovos de chocolate, pode ser justificada pela proibição do consumo de carne animal, por alguns cristãos, no período da quaresma.

A versão mais aceita é a de que o surgimento da indústria de chocolate, em 1830, na Inglaterra, fez o consumo de ovos de chocolate aumentar.

Então, ao presentear as crianças ou mesmo jovens e adultos com ovos de páscoa devemos nos lembrar que é vida, e que para gozarmos da vida com plenitude, precisamos de saúde.

O abuso do uso dos fones de ouvidos por crianças e jovens vem criando uma geração de surdos, é comum uma criança não ouvir mais o ruído do vento, ter dificuldade em ouvir sons mais agudos ou precisar de um volume mais alto para assistir uma televisão, muitas vezes pensamos que é falta de atenção quando na realidade podemos estar diante de um quadro de alteração de saúde.

Então, o que a Páscoa tem haver com isso tudo?

Muito simples, ao pensarmos em vida, em saúde temos que pensar naquilo que as crianças mais pensam na Páscoa... Os ovos de chocolate? Não. O brinde, o presente que vem dentro do ovo.

Assim, para cuidarmos das nossas crianças e deixa-las felizes, é preciso que tomem um simples cuidado ao comprar o ovo de Páscoa.

Primeiro veja se o brinde é compatível com a idade da criança e mais, não compre em hipótese alguma ovo que tenha como brindes radinhos, MP3, IPODs, principalmente se estes vierem com os fones de ouvido pequenininhos, os fones de inserção.

Teremos então uma Páscoa recheada de amor, de carinho, mas sobretudo com zelo e cuidado!!





FELIZ PÁSCOA!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

LIÇÕES DO JAPÃO!

Lições do Japão

Por Coen Sensei



Quando voltei ao Brasil, depois de residir doze anos no Japão, me incumbi da difícil missão de transmitir o que mais me impressionou do povo Japonês: Kokoro ou Shin significa coração-mente-essência. Como educar pessoas a ter sensibilidade suficiente para sair de si mesmas, de suas necessidades pessoais e se colocar à serviço e disposição do grupo, das outras pessoas, da natureza ilimitada.

Outra palavra é gaman: aguentar, suportar. Educação para ser capaz de suportar dificuldades e superá-las. Assim, os eventos de 11 de março, no Noroeste Japonês, surpreenderam o mundo de duas maneiras. A primeira pela violência do tsunami e dos vários terremotos, bem como dos perigos de radiação das usinas nucleares de Fukushima. A segunda pela disciplina, ordem, dignidade, paciência, honra e respeito de todas as vítimas.

Filas de pessoas passando baldes cheios e vazios, de uma piscina para os banheiros. Nos abrigos, a surpresa dos repórteres norte americanos: ninguém queria tirar vantagem sobre ninguém. Compartilhavam cobertas, alimentos, dores, saudades, preocupações, massagens. Cada qual se mantinha em sua área. As crianças não faziam algazarra, não corriam e gritavam, mas se mantinham no espaço em que a família havia reservado. Não furaram as filas para assistência médica, e quantas pessoas necessitando de remédios perdidos – mas esperaram sua vez também para receber água, usar o telefone, receber atenção médica, alimentos, roupas e escalda pés singelos, com pouquíssima água.

Compartilharam também do resfriado, da falta de água para higiene pessoal e coletiva, da fome, da tristeza, da dor, das perdas de verduras, leite, da morte. Nos supermercados lotados e esvaziados de alimentos, não houve saques. Houve a resignação da tragédia e o agradecimento pelo pouco que recebiam. Ensinamento de Buda, hoje enraizado na cultura e chamado de Kansha no Kokoro: coração de gratidão.

Sumimasen é outra palavra chave. Desculpe, sinto muito, com licença. Por vezes me parecia que as pessoas pediam desculpas por viver. Desculpe causar preocupação, desculpe incomodar, desculpe precisar falar com você, ou tocar à sua porta. Desculpe pela minha dor, pelas minhas lágrimas, pela minha passagem, pela preocupação que estamos causando ao mundo. Sumimasen.

Quando temos humildade e respeito pensamos nos outros, nos seus sentimentos, necessidades. Quando cuidamos da vida como um todo, somos cuidadas e respeitadas. O inverso não é verdadeiro: se pensar primeiro em mim e só cuidar de mim, perderei. Cada um de nós, cada um de nós é o todo manifesto.

Acompanhando as transmissões na TV e na Internet pude pressentir a atenção e cuidado com quem estaria assistindo: mostrar a realidade, sem ofender, sem estarrecer, sem causar pânico. As vítimas encontradas, vivas ou mortas eram gentilmente cobertas pelo grupo de resgate e delicadamente transportadas quer para as tendas do exército, que serviam ao hospital, quer para as ambulâncias, helicópteros, barcos, que os levariam a hospitais. Análise da situação por especialistas, informações incessantes a toda população pelos oficiais do governo e a noção bem estabelecida de que somos um só povo e um só país.

Telefonei várias vezes aos templos por onde passei e recebi telefonemas. Diziam-me do exagero das notícias internacionais, da confiança nas soluções que seriam encontradas e todos me pediram que não cancelasse nossa viagem em Julho próximo. Aprendemos com a tragédia o que Buda ensinou há dois mil e quinhentos anos: a vida é transitória, nada é seguro neste mundo, tudo pode ser destruído em um instante e reconstruído novamente. Reafirmando a Lei da Casualidade podemos perceber como tudo está interligado e que nós humanos não somos e jamais seremos capazes de salvar a Terra. O planeta tem seu próprio movimento e vida. Estamos na superfície, na casquinha mais fina. Os movimentos das placas tectônicas não têm a ver com sentimentos humanos, com divindades, vinganças ou castigos. O que podemos fazer é cuidar da pequena camada produtiva, da água, do solo e do ar que respiramos. E isso já é uma tarefa e tanto. Aprendemos com o povo japonês que a solidariedade leva à ordem, que a paciência leva à tranquilidade e que o sofrimento compartilhado leva à reconstrução.

Esse exemplo de solidariedade, de bravura, dignidade, de humildade, de respeito aos vivos e aos mortos ficará impresso em todos que acompanharam os eventos que se seguiram a 11 de março.

Minhas preces, meus respeitos, minha ternura e minha imensa tristeza em testemunhar tanto sofrimento e tanta dor de um povo que aprendi a amar e respeitar. Havia pessoas suas conhecidas na tragédia?, me perguntaram. E só posso dizer: todas. Todas eram e são pessoas de meu conhecimento. Com elas aprendi a orar, a ter fé, paciência e persistência.







domingo, 10 de abril de 2011

SOBRE A BARBÁRIE DO RIO!

É lamentável a barbárie acontecida na escola no Rio. Sem palavras para descrever a dor na alma, o choque, pelo qual o mundo sentiu com mais essa tragédia. Que Deus dê forças às famílias e principalmente aos pais que perderam seus filhinhos tão drásticamente. Estou aterrorizada e sem palavras! :(

A MELHOR HORA DE UMA MULHER!

POR XICO SÁ . 10.04.11 - 16H40

A melhor hora de uma mulher

“Oh, as três mulheres do sabonete Araxá me invocam, me bouleversam, me hipnotizam/ Oh, as três mulheres do sabonete Araxá às 4 horas da tarde!”. Passei uma vida, cotovia, sem entender esse relojoeiro de minúsculos mistérios que congelou os ponteiros justamente às 4 da tarde. Por que diabos 4 da tarde, lirismo com tic-tac, meu velho Manuel Bandeira?

Ora, ora, por causa do Jayme Ovalle, esse gênio sem a caretice e a obrigatoriedade dos tomos e das obras completas, um gênio on the rocks, também club soda, a escrita com o próprio corpo, a ortografia na ponta daquele dedão que mexe o uísque dos sábios homens.

Foi o Jayme Ovalle, vi na GloboNews, em um ótimo programa sobre os 40 anos da morte do Bandeira, que deu o toque ao poeta do “belo belo que te quero”. É o que acabara de ouvir aqui do Edson Nery da Fonseca, aquele homenzarrão sabido danado, que sempre soube mais de Manuel e de Gilberto Freyre do que eles mesmos, dizendo, com seu majestoso verbo, palavras que de tão gostosas parecem sair de um cozido, carne molinha derretida, dizendo, repito, isso é coisa do Jayme Ovalle.

Por que diabos 4 horas da tarde?

Jumento da fumaça desmemoriosa e das maresias da existência, não lembrava do que havia lido, tampouco do que ouvira serra dos mares acima, voltando da Flip (Paraty) a São Paulo, do sábio e queridíssimo escriba Humberto Werneck, mineiro da mais alta afetividade, que publicou a mais linda das biografias brasileiras dos últimos muitos anos: Santo Sujo – A Vida de Jayme Ovalle (Editora Cosacnaify).

Não enrola, cronista chinfrim, que mistérios guardam as 4 horas da tarde sobre as mulheres do sabonete Araxá e sobre as fêmeas de outros luxos? No que derramo a cota do santo quase nos pés, ele, Ovalle, o bom paraense das antigas, nos revela: 4 em ponto é a hora ideal para o amor.

Como assim, meu velho? Desenvolva….

No que o danado reencarna e explica: às 4 da tarde as mulheres estão com o melhor dos seus cheiros, aquele cheiro da vida à vera, aquele cheiro um pouco distante do banho que tomaram auroras adentro.

Rogo também a São Google, o padroeiro das nossas burrices e desmemoriamentos, e vejo aqui o Everardo Norões, poeta e viajante, nascido no Crato como este locutor que vos faz um strip-tease semanal das ignorâncias, lembrando a bendita hora ovalleana.

Grande Norões, no seu blog “A rua do padre inglês”. Aí ficam essas moças demasiadamente preocupadas com tantos cremes, tantos perfumes, avons, naturas, loções de tantas revistinhas de vendedoras de porta em porta…

Sim, às vezes é gostoso uma nêga cheirosa, mas aquele outro cheirinho da vida de verdade, aquele desodorante semi-vencido, minha Nossa Senhora, nos deixa malucos, valha-me!

Medo

O que mais mete medo em um macho? Quando a costela amada diz: “Benhê, vou jogar um tarô!” ou quando a mesma linda e desalmada grita aos quatro cantos do universo: “Amorrrr, vou voltar pra análise!?” E quando são as duas propostas ao mesmo tempo?

Sim, existe uma terceira opção da mais alta periculosidade: quando a mulher muda do dia para a noite o cabelo, a pele, os peitos, o guarda-roupa. Mas, cá entre nós, não espalha, é tão linda essa revolução permanente!

Por debaixo de toda saia existe uma loucura para sempre maoísta. Esses moços, pobres moços, que nunca ouviram falar em Mao Tse-Tung, um todo-poderoso da China, autor da tese revolucionária, que corram ao Google ou às enciclopédias.

E um final de semana de leveza a todos nós. Principalmente depois daquele amorzinho gostoso das 4 horas da tarde.

A coluna de Xico Sá é distribuída com exclusividade pela BR Press

http://colunistas.yahoo.net/posts/10097.html