sexta-feira, 30 de abril de 2010

HOLTER

HOLTER

Após sofrer várias taquicardias do nada, resolvi consultar uma cardiologista que é também angiologista. Ela me pediu dentre os vários exames, um em que se coloca um aparelho no corpo que registra os batimentos cardíacos por 24 horas.

Tive que colocar esse aparelho que se chama Holter pra detectar possíveis arritmias cardíacas. Este aparelho é melhor que o aparelho do estômago, aliás, bem melhor. Nem sei por que lembrei deste evento, porque um aparelho não tem nada a ver com o outro.

O aparelho que coloquei uma vez no estômago há alguns anos atrás, era pra detectar refluxo e possíveis problemas no estômago. Ele foi introduzido pelo meu nariz, era composto por um tubinho bem fininho, que atravessava a garganta e ia até o estômago, e tinha um aparelho que ficava preso ao cinto para registrar os eventos, lembro que ele incomodou demais.

Mas este do coração ele é bem simples e pequeno. Para colocar este aparelho, o Holter eu fui na Ecoar empresa que fica ali na Avenida do Contorno perto da Igreja Santo Antônio. Fui numa sexta de manhã e a mocinha me deu todas as recomendações. O chato mesmo foi preencher o relatório e para dormir. Não pude tomar banho, teve isso também, porque os eletrodos estavam colados no meu corpo. Pra dormir eu coloquei um short com bolso e coloquei o aparelhinho dentro do bolso, só que quando acordei no dia seguinte, o aparelho estava do lado do meu rosto, não sei como isso aconteceu.

Os exames demoraram quase uma semana para ficarem prontos.

E só hoje que voltei à médica para um retorno levando todos os resultados dos exames.

Após ela verificar tudo, olhava daqui, olhava dali, eu esperando otimista uma resposta boa, e não é que lá veio uma bomba?!

Ela disse assim:- Arritmia cardíaca, então vou pedir à você mais esses exames e um ecodopllercardiograma em cores.

Depois de emitir os exames e imprimir começou a verificar os meus outros exames de duplex scan das pernas, olha daqui, olha dali e não é que lá veio bomba de novo?

-seu caso é cirurgia, você já fez uma, mas agora terá que corrigir. Tem alguma objeção? Essa cirurgia terá que fazer mais cedo ou mais tarde.

Mal tive tempo pra assimilar o que ela disse, estava ainda pensando quando ela perguntou de novo:

-você quer fazer por agora a cirurgia?

Eu respondi afinal com ar de desânimo, porque só de pensar em tudo que passei de sofrimento por causa da outra cirurgia, eu disse:

-olha, estou desempregada por mim tudo bem, não tenho medo da cirurgia, tenho medo é do pós-cirurgia porque da outra cirurgia minha linfa foi toda atingida e inflamou demais, sofri muito com fisioterapia e tive dores horríveis.

Ela me garantiu que dessa vez pode ser que minha linfa não seja atingida e me soltou essa:

-será que você foi operada por amador?????

Eu respondi:

-só se quem me operou foi a assistente dele e não o Dr.(fulano de tal)!!!  :(

Então ficamos assim, a cirurgia será no Mater Dei.

Dou mais notícias depois.



quarta-feira, 28 de abril de 2010

MEU AMIGO QUERIDO


A Lua

"Lua incandescente,
transparente
e nua,
cada vez que volta,
envolve
e flutua,
caminha no céu,
da minha mão
que no encantamento,
procura a tua".

Recebi hoje essa mensagem via celular de um amigo mais que querido, Geraldinho, amigo  muito amado por mim. Gostei tanto que não pude resistir quanto à postá-la aqui. Na agenda dele de  telefone celular lá estou como "Beth Blog", é assim mesmo que meu nome está lá, ele até me mostrou. (risos).
Meu amigo Geraldinho, que saudade imensa é essa? Precisamos nos encontrar, que tal viajar de novo, o que acha? (risos), saudades das nossas longas conversas no celular, eram horas só de papo bom. Meu amigo querido você sabe que tem um lugar todo especial no meu coração, isso eu já te falei., adorei sua mensagem e adoro tudo que você escreve, enfim, adoro tudo em você! Peço à Deus e aos anjos que te protejam sempre em suas viagens, em suas andanças por essas estradas mundão à fora! Fique com Deus. Amigo minha simples homenagem à você mas com todo meu amor e carinho.

terça-feira, 27 de abril de 2010

MEU AMIGO COSME

Conversando com um amigo, o Cosme, achei graça da imaginação dele.
O assunto era sobre a profissão do tarô. Ele me contou que há alguns anos atrás ele conheceu uma mulher em Belo Horizonte que trabalhava numa empresa que abastecia algum produto ou serviço pra empresa que ele trabalha até hoje, e ela era taróloga. Só que ele nunca procurou saber como era bem isso. E devido a sua curiosidade ele  começou a me fazer umas perguntas que não tive como não achar graça, me desculpa amigo por postar aqui, mas acredito que não só você, como também outras pessoas tenham essa dúvida e montam na cabeça um imaginário ou esteriótipo sobre o tarólogo. Ele me perguntou se eu tinha ou usava alguma roupa diferente, se tinha algum turbante ou algo assim, se era necessário uma roupa especial para atendimento, a outra pergunta era se na hora de jogar, eu pegava cartas e as jogava  para cima pra depois as escolher. Bom eu esclareci que comigo não há ritual algum. Não tenho superstições com nada. Jogo com roupa que uso no dia-a-dia, e expliquei a maneira como as cartas são colocadas à mesa, e como é feito o meu trabalho. Amigo Cosme essa foi a maneira que tive para prestar-lhe uma simples homenagem. Sei que você é uma pessoa totalmente do bem, e que quer muito me ver bem também.
Torço pelo seu sucesso.
Quando eu puder retribuo de coração toda sua ajuda para comigo tá?
Deus te abençoe sempre , a você e à sua família.   

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A MASSACRANTE FELICIDADE ALHEIA

A MASSACRANTE FELICIDADE ALHEIA


"Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco. Há no ar um certo queixume sem razões muito claras.

Converso com mulheres que estão entre os 40 e 50 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e ainda assim elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem. De onde vem isso?

Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia: ‘Eu espero/ acontecimentos/ só que quando anoitece/ é festa no outro apartamento’ .

Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho.

As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão animada assim.

Ao amadurecer, descobrimos que estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados pra consumo externo.

‘Todos são belos, sexys, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores, social e filosoficamente corretos. Parece que ninguém, nenhum deles, nunca levou porrada. Parece que todos têm sido campeões em tudo’.

Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia, e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta. Nesta era de exaltação de celebridades – reais e inventadas – fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça. Mas tem.

Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores?

Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa? Será bom só sair de casa com alguém todo tempo na sua cola a título de segurança? Estarão mesmo todas essas pessoas realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está em casa, lendo, desenhando, ouvindo música, vendo seu time jogar, escrevendo, tomando seu uisquinho?

Tenha certeza que as melhores festas acontecem sempre dentro do nosso próprio apartamento".

Martha Medeiros, gaúcha, 44 anos, Jornalista e Poeta.


Meu amigo Paulo quem me enviou por email, achei muito interessante e compartilho aqui essa reflexão.

domingo, 25 de abril de 2010

Dias Melhores - Clipe - Jota Quest

O VOO DO GAVIÃO!

O voo do Gavião






No final do ano passado, o sobrinho e afilhado do Marcos, o Lucas, sua esposa Eliane e a filhinha deles, a linda Clarinha, vieram pra nossa casa passar conosco o reveillon. Aproveitamos também o dia seguinte para estender a confraternização com um churrasco delicioso e o dia cooperou, pois estava lindo. E foi neste dia, que notamos a existência de um gavião nos arredores daqui de casa. Foi Lucas que viu e nos mostrou o gavião capturando e comendo sua presa, Letícia chegou a tirar fotos incríveis, ficamos o observando com o binóculo, foi um espetáculo inesquecível.

Mas o mais inesquecível pra mim ainda iria acontecer. Passado alguns dias, esse lindo gavião veio me visitar e levei um grande susto.

Eu estava na cozinha e num olhar rápido para fora da minha área, fiquei extasiada quando o vi pousar na gaiola dos meus canários, e ficou lá em cima da gaiola, todo elegante, lindo e majestoso. Quando eu estava olhando, notei que meu coração num segundo disparou, e comecei a gritar o nome do meu filho, porque além do susto, eu queria que meu filho visse também o gavião tão de perto. Mas o gavião por sua vez, só me olhou e num impulso abriu as enormes asas e voou fazendo uma curva fantástica no ar e foi embora. Por dias fiquei cismada e preocupada, pensando que ele poderia voltar pra comer meus passarinhos. Algumas vezes cheguei a vê-lo na árvore do prédio vizinho.

Mas hoje, eu estava lá fora na área do meu apartamento à tarde, ouvindo músicas, e a música que tocava no momento era do grupo Jota Quest, “Dias Melhores! O céu estava de um azul muito lindo, não tinha nuvem alguma, só um azul intenso, e olhando esse céu azul, ouvindo a música, tive o privilégio de ver o voo circular e sincronizado de dois gaviões. Meu Deus! Foi tudo lindo, foi tão lindo foi. Simplesmente a natureza é maravilhosa!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

VIVA SÃO JORGE! SALVE 23 DE ABRIL!


SÃO JORGE



Que São Jorge guerreiro,
livra-nos dos nossos inimigos com seu escudo sagrado.
Recebi essa oração por email do meu amigo querido Agustin, e em homenagem a ele e a São Jorge
posto aqui.
Amém.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

NÃO SEI

Cora Coralina


NÃO SEI...  




Não sei... se a vida é curta...

Não sei...

Não sei...


se a vida é curta

ou longa demais para nós.


Mas sei que nada do que vivemos

tem sentido,

se não tocarmos o coração das pessoas.


Muitas vezes basta ser:

colo que acolhe,

braço que envolve,

palavra que conforta,

silêncio que respeita,

alegria que contagia,

lágrima que corre,

olhar que sacia,

amor que promove.


E isso não é coisa de outro mundo:

é o que dá sentido à vida.


É o que faz com que ela

não seja nem curta,

nem longa demais,

mas que seja intensa,

verdadeira e pura...

enquanto durar.

Essa gracinha de poeta.
Como adoro Cora Coralina.....ela é toda lição de vida!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

UM DIA DE FÚRIA


UM DIA DE FÚRIA




Ah, só podia ser onde?

No ônibus mesmo, meu transporte favorito nos últimos nove anos de minha vida.

Aconteceu o seguinte: eu estava indo no meu ônibus de sempre para o Sion onde pratico minha aula de dança e na altura ali da Avenida Cristóvão Colombo o trânsito que não anda nada bem nos últimos tempos nesta cidade, estava pra variar lento; o ônibus estava andando muito devagarinho quando escutamos o barulho estrondoso de quatro murros seguidos dados na lataria traseiro do lado direito do ônibus.

Nós todos de dentro do ônibus levamos o maior susto achando que poderia ser um assalto, pois os murros pareciam ser de um homem muito revoltado e forte.

Passado alguns minutos entra na parte dianteira uma mulher loira com cara de brava xingando e muito o motorista, ela chegou a apontar o dedo pra cara dele e depois da discussão passou a roleta.

Um rapaz que estava atrás de mim disse assim:

-Nossa meu, que mulher forte!!!!até pensei que era um homem......

(risos)

Quando ela estava na roleta eu disse pra mocinha do meu lado:

-nossa que vergonha pra ela!

A loira brava, bravíssima né? Começou a bater boca com o motorista, xingando ele assim:

-e você? Você vai ser motorista o resto de sua vida, está cego é? Tem que colocar óculus então pra enxergar as pessoas no ponto e parar, e não passar direto viu? Seu palhaço, está precisando ser mandado embora e colocarem outro no seu lugar, está trabalhando muito mal, faz seu trabalho direitinho ai, seu palhaço...........

Nossa a mulher xingou tanto o motorista que até tive pena dele viu? Porque eu pego o ônibus no final converso e brinco com todos eles, sei o que eles passam até chegar aquele lugar, porque o trânsito está cada dia mais estressante mesmo e acontecendo algo assim, o clima ficou tão estranho dentro do ônibus, o pessoal todo do ônibus com medo da mulher, olhando de rabo de olho pra ela, acho que se encarasse ela de frente ela ia mandar alguém tomar naquele lugar (risos).

Depois eu ri tanto dentro do ônibus (claro sem ela ver né?), a situação foi muito tensa, quê isso?

Tudo isso por não querer perder o ônibus, um simples ônibus hein?

Realmente pra essa mulher foi o dia de fúria dela.

Eparrê Oyá!!!!!!!

(risos)

domingo, 18 de abril de 2010

MENSAGEM SURPRESA

Mensagem via celular


Hoje me aconteceu uma coisa surpreendente mesmo.
Estava tranquila deitada em minha cama assistindo tv quando ouvi meu telefone bipando.
Fui ver e era uma mensagem e estava escrito assim:
- "Cara Beth. Espero um dia ter a oportunidade de conhecê-la. Boa semana. Bj".18:45 hs..........
e mais nada além do número do telefone que não conheço, ou melhor, não conhecia.
Dai enviei outra mensagem dizendo assim:
- "Td bem. Mas quem é"? 19:05hs
Ele me respondeu pra aliviar minha curiosidade...rs...escreveu assim:
-"Nilton do Paraná. Desculpe...abraço...19:21
Respondi assim pra ele:
-"Ah sim. Legal. Bj."- 19:31
Nilton é mais um amigo virtual que tenho; já tem um tempo que ele pediu para que eu o adicionasse no Hi5 e outro dia recebi um email dele e até aconteceu um fato engraçado, porque eu conheço outro Nilton também; só que daqui de Belo Horizonte e pensei que fosse ele, mas depois de confirmado que não era ele, procurei saber qual Nilton tinha me enviado email e ele se identificou pra mim. Nilton faz parte da minha lista de contatos de emails e hoje ele resolveu me fazer essa surpresa.
E foi uma surpresa boa, porque hoje eu estava muito introspectiva, pensando nessa fase sofrida pela qual estou passando. 
Então Nilton boa semana pra você também tá?
Obrigada, beijos.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

REFORMA DO PRÉDIO

Quem mora em prédio sabe do que estou falando.


Meu prédio está passando por reformas e devo confessar que não é nada agradável.

Primeiro, porque a poeira é uma constante, e neste período que estou desempregada e sem dinheiro, não posso ter uma ajudante, e então quem é que limpa tudo? Eu.

Segundo, que a segurança nos coloca alerta pra qualquer barulho, já não durmo bem desde que essa obra começou.

Enfim, são tantos os problemas que se fosse enumerá-los todos ficaria o dia todo citando.

O que quero mesmo é contar um fato ocorrido ontem à tarde.

Eu fui caminhar na Avenida Silva Lobo e devo ter demorado cerca de quase uma hora. Quando retornei pra casa entrando no prédio cumprimentei o porteiro, e dei uma olhada rápida pra parede do lado direito, porque outro dia eu vi que eles estavam trocando a soleira de mármore que tinham quebrado. Vi dois pedreiros entrando no elevador e meio p da vida diante do que tinha visto, falei pra eles que eles poderiam subir e voltei pra porta do prédio onde o porteiro estava, e comecei a falar brava mesmo, dizendo que aquilo estava uma vergonha, um serviço porco e se eles não tinham visto que as pastilhas estavam tortas? Achei tudo um absurdo e desabafando com o porteiro que ria muito sem jeito, mas admitindo que eu estava certa neste ponto e que até ele tinha visto que aquele serviço não tinha ficado bom. O meu tom de voz, eu tenho que admitir, estava alto, até minha filha apareceu na janela e sorriu, depois ela me disse que queria ver o que estava acontecendo porque “parecia que estava rolando um barraco lá embaixo”.

Falei pro porteiro assim:- olha só, essa obra cara, que estou até quase deixando de comer pra pagar, feita desse jeito, essas pastilhas tortas, tem cabimento uma coisa dessas? Estou p da vida porque coloquei minhas pedras pra energizar lá na área e eles me furtaram a minha maior bola de cristal, ah!!! mas deixa pra lá, estou falando porque estou com muita raiva, mas não comenta isso não. E essa coisa mal feita logo aqui na entrada? Se você reparar vai encontrar erros, vai encontrar pastilhas tortas, olha aquela lá em cima, está vendo? Não acredito que isso vá ficar desse jeito, se eles não mudarem isso aí vou ter que conversar com o síndico.

Geraldo, o porteiro, todo humilde dizendo que sim e consentindo com a cabeça.

Não sei quem ouviu, nem quis saber, só sei que desabafei.

Fiquei muito inconformada de ter visto aquele serviço tão mal feito e bem diante da porta da entrada que depois que desabafei entrei pra casa.

Mais tarde tive que sair correndo pra pegar o ônibus pra aula de dança ; me despedi do porteiro e vi que eles, os pedreiros, tinham quebrado a obra mal feita. Sem poder comentar; porque já estava do lado de fora, olhei pro Geraldo, apontei pra parede e nós dois rimos, o que me aliviou porque minha bronca não tinha sido em vão, afinal ela de certa forma foi ouvida.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

TORTURA MODERNA

TORTURA MODERNA


“Tenta sim. Vai ficar lindo.”

Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.
- Oi, queria marcar depilação com a Penélope.
- Vai depilar o quê?
- Virilha.
- Normal ou cavada?
Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.
- Cavada mesmo.
- Amanhã, às... deixa eu ver...13h?
- Ok. Marcado.
Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de Calígula com O Albergue. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.
- Querida, pode deitar.
Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca. Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus, era O Albergue mesmo. De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte.
- Quer bem cavada?
- ...é... é, isso.
Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.
- Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda.
- Ah, sim, claro.
Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).
- Pode abrir as pernas.
- Assim?
- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.
- Arreganhada, né?
Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar.
Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Samu. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural. Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais.
- Tudo ótimo. E você?
Ela riu de novo como quem pensa “que garota estranha”. Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes.
O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas.
- Quer que tire dos lábios?
- Não, eu quero só virilha, bigode não.
- Não, querida, os lábios dela aqui ó.
Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios ? Putz, que idéia. Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo.
- Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.
Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.
- Olha, tá ficando linda essa depilação.
- Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto.
Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. “Me leva daqui, Deus, me teletransporta”. Só voltei à terra quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça.
- Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?
- Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.
Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.
- Vamos ficar de lado agora?
- Hein?
- Deitar de lado pra fazer a parte cavada.
Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.
- Segura sua bunda aqui?
- Hein?
- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda.
Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:
- Tudo bem, Pê?
- Sim... sonhei de novo com o cu de uma cliente.
Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu tuin peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá? Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.
- Vira agora do outro lado.
Porra.. por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A broaca da salinha do lado novamente abre a cortina.
- Penélope, empresta um chumaço de algodão?
Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem? Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente.
- Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.
- Máquina de quê?!
- Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.
- Dói?
- Dói nada.
- Tá, passa essa merda...
- Baixa a calcinha, por favor.
Foram dois segundos de choque extremo. Baixe a calcinha, como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cu. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.
- Prontinha. Posso passar um talco?
- Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.
- Tá linda! Pode namorar muito agora.
Namorar...namorar... eu estava com sede de vingança. Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada. Queria comprar o domínio preserveasbucetaspeludas.com.br. Queria tudo. Menos namorar.

Texto que recebi por email do meu amigo Alexandre, que pesquisando vi que se tratava de um texto postado em um blog "Redatoras de Merda". Ri demais, espero que todos gostem também.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

HOMEM BONITO


Javier Bardem


Hoje cheguei meia hora atrasada na minha aula de dança, o trânsito estava horrível como sempre, mas hoje em particular devido uma passeata de professores do Estado em pleno centro da cidade reivindicando melhorias salariais. Depois da aula, ou melhor, depois da metade dela, peguei o ônibus de volta pra casa. Gosto de ler no ônibus, sei que corro risco de ter um deslocamento de retina por causa desse hábito, mas até hoje como nada me aconteceu vou contando com a sorte. Atualmente estou lendo o livro Rei Davi de  Allam Massie. Ele e Gore Vidal são meus escritores favoritos. Mas o assunto é sobre homem bonito. A mulherada aqui de Belo Horizonte vive reclamando que não vê homem bonito, que a cidade não tem homem bonito e que está faltando homem. Eu particularmente acho que na dança falta mesmo homem que gosta de dançar, mas no geral não vejo essa falta de homem a que a mulherada reclama. Hoje por exemplo um homem se sentou a minha frente e vendo que eu estava lendo puxou conversa comigo. Quando eu olhei pra ele, fiquei admirada de ver o quanto este homem era bonito, aliás bonito é pouco, ele era muito bonito mesmo. Coloquei a foto de Javier Bardem porque este homem do ônibus me lembrou muito ele, e convenhamos é ou não é bonito o danado do homem? Estava muito charmoso e alinhado num terno, bonito demais meu Deus, quê isso? No final até me perguntou se eu era solteira ou casada, e como disse que era casada, ele  num sorriso sem graça disse que iria saltar no próximo ponto, o que foi uma peninha. A mulherada que estava no ônibus e que nos viu depois que ele saltou elas me olhavam de um jeitinho assim cismado, meio que com uma pontinha de inveja sabe como? Coisa de mineirim mermo!!!!! 

segunda-feira, 5 de abril de 2010

APRENDI E DECIDI


Walt Disney

"E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar...

Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las.

Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução.

Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis.

Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.

Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.

Naquele dia descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de as superar.

Naquele dia, descobri, que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tenha sido.

Deixei de me importar com quem ganha ou perde, agora, me importa simplesmente saber melhor o que fazer.

Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim deixar de subir.

Aprendi que o melhor triunfo que posso ter, é ter o direito de chamar a alguém de "Amigo".

Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento, "o amor é uma filosofia de vida".

Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser a minha própria tênue luz deste presente.

Aprendi que de nada serve ser luz se não vai iluminar o caminho dos demais.

Naquele dia, decidi trocar tantas coisas... Naquele dia, aprendi que os sonhos são somente para fazer-se realidade.

E desde aquele dia já não durmo para descansar... Agora simplesmente durmo para sonhar".

Que lindo este texto,
recebi por email e se encaixa muito com meu momento atual.